Olhando bem a minha vida percebi que já não tenho mais 5 anos, mas ainda tenho perguntas demais sem resposta. Não sonho mais com festas de aniversário nem posso me esconder atrás da cortina de casa. Hoje sei como a vida é, sou mulher feita de cabeça, pensamento. Vendo as questões importantes da minha vida hoje percebo que tenho sonhos altos demais e braços muito curtos, quero colocar o mundo nas palmas de minhas mãos, quero conquistá-lo passo a passo. Escrever a minha história, uma história que eu não me importaria se apagasse comigo, mas que eu sei que deixará pequenas marcas em algum lugar.
Sonho com uma bela casa, com piscina e jardim, onde possa voltar depois de um dia cansativo de trabalho. Sonho com o meu amor me ajudando a desfazer as bolsas, preparando-lhe um café, me pedindo um carinho e encontrá-lo sempre será o maior prazer da minha vida, porque nele mora a minha inspiração, o brilho das minhas estrelas, o calor aconchegante de estar em casa.
Olhando os padrões da minha vida percebi que já não sou mais criança. Não tenho mais meu guarda-chuva vermelho e perdi todas as minhas bonecas. Não jogo bola na rua nem ando com o joelho ralado dos tombos de bicicleta. Troquei tudo por um computador, meia dúzia de livros, alguns sapatos, maquiagem e meu grande amor; E acho essa troca um tanto prazerosa, é claro que quando eu tinha 5 anos eu era feliz no meu mundo individual, mas eu não sabia como lidar com saudade e lágrimas de tristeza. Hoje eu sei lidar, só não aprendi a disfarçar. Hoje sei me impor, sei quando pedir e quando calar. Descobri como fazer silêncio quando os gritos e palavrões estão se debatendo em minha boca, aprendi a viver.
Olhando os dias da minha vida percebi que já sou responsável por mim. Tive encontros nada casuais com a dificuldade, e pensei muitas vezes que não aguentaria mais. Perdi as contas de todas as vezes que quis desistir. Mas sempre segui, talvez por fé, talvez por teimosia. Tenho um histórico muito vivo de persistência e teimosias, mas não posso afirmar que esta seja a resposta certa. Também tenho um histórico imenso de pessimismo. Mas hoje eu sou adulta, daquelas que enfrenta ônibus lotado, que encara o trânsito para buscar um futuro que eu sempre sonhei que eu quero pra mim, que conheceu o amor. Hoje eu sou adulta e sei a dimensão de um sacrifício e o que é ter responsabilidades. Conheci o sabor da loucura. Descobri que contos de fadas não existem, e que sonhos podem sim se tornar realidade.
Enfim descobri que ser adulto não é tão ruim. Basta saber olhar os pontos certos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário