Será
que dá pra viver sem abraço? Sem beijo, sem carinho, sem sorriso? Sem
chamego, sem afago, sem apego? Sem bom dia, sem felicidade, sem alegria?
Será que dá pra viver sem saudade, sem surpresa, sem ciúmes? Será que
dá pra viver sem chocolate, sem batata frita, sem pizza? Sem café, sem refrigerante? Sem chorar no
final do filme, e chorar de rir de alguma coisa boba? Sem piscina no
verão, sem cobertor para espantar o frio, sem emoção? Viver sem paixão, sem meta, sem razão?
Será que dá pra viver sem sonhos, sem noites estreladas, sem lua cheia? Será que dá pra viver sem amizade, sem cumplicidade? Sem discussão, sem
aventura? Viver sem conversa de madrugada sobre tudo e sobre nada? Sem
colo, sem atenção, sem farra, sem diversão? Sem cochilo de tarde, sem
sorvete, sem presente?
Será
que dá pra viver sem aquela canção, sem aquela lembrança? Sem aquele
calor, aquele aperto na mão. Aquele nervosismo da primeira vez, da
segunda, da terceira, da última. Sem o aperto da despedida e o alívio do
reencontro. Será que dá pra viver sem a falta? Sem a falta que a falta
faz? Sem o gosto, o cheiro, o toque? Sem o medo de perder e nunca mais
ver, nunca mais ter?
Será
que dá pra viver sem respirar? Sem comer, sem pulsar? Sem correr, sem
gargalhar, sem aprender? Sem crescer e ensinar? Sem se machucar? Será
que dá pra viver sem errar? Sem se arrepender? Será que dá pra viver sem
perdoar? Viver sem esquecer? Viver sem se lembrar? Sem amar, ser amado? Será que dá?
Não. Não dá pra viver sem você!
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